sexta-feira, 29 de junho de 2007

FALANDO DE INFLUÊNCIAS


Bom, o primeiro passo em todo projeto é pesquisar o que já foi feito antes. E quando se fala de uma obra como Dom Quixote, a responsabilidade é ainda maior. Puxei pilhas de revistas, livros e recortes. Li duas adaptações antes de me atracar com as mais de 600 páginas da obra integral.

Procurei imagens na internet, uma parte delas esta ái embaixo. Alguns desses artistas me acompanham há um bom tempo. Doré, Daumier e ETC são mestres do traço.

O meu amigo, jornalista e pesquisador de caricaturas, João Antônio Buhrer me emprestou uma pasta com centenas de recortes relativos a Dom Quixote. Artigos de jornal sobre o Último Cavaleiro Andante (Will Eisner), Dom Quixote de Caco Galhardo e o caderno especial da Folha comemorando os 402 anos da obra de Cervantes, National Geographic sobre a região da Espanha que serviu de pano de fundo para essas aventuras memoráveis.

Não deve ter sido à toa que há poucos meses Dom Quixote foi considerado por uma comissão internacional de escritores como o melhor livro de todos os tempos.

Um comentário:

arqpita disse...

Venho dar uma sugestão.
Não sei quem são vcs, mas me apareceu no google.
Existe uam música do joão bosco que considero uma obra-prima e toda que a escuto, a imagino como um clipe ou uma história desenhada.
O nome da música é "tiro de misericórdia".
A letra é bem atual, levando-se em consideração oque aocntece com nossos jovens nos morros cariocas e ans periferias do país.
Fica a dica: transfomar essa música em um história em quadrinhos adulta e sem máscaras.
Tem violência, conflito social e sobrenatural.
Quem será capaz de tal façanha?
Obrigado pela atenção.
L>Pita.

Segue a letra:

Música: Tiro de Misericórdia
Autores: João Bosco & Aldir Blanc

O menino cresceu entre a ronda e a cana
correndo nos becos que nem ratazana.
Entre a punga e o afano, entre a carta e a ficha
subindo em pedreira que nem lagartixa.
Borel, Juramento, Urubu, Catacumba,
nas rodas de samba, no eró da macumba.
Matriz, Querosene, Salgueiro, Turano,
Mangueira, São Carlos, menino mandando,
ídolo de poeira, marafo e farelo,
um deus de bermuda e pé-de-chinelo,
imperador dos morros, reizinho nagô,
o corpo fechado por babalaôs.

Baixou Oxolufã com as espadas de prata,
com sua coroa de escuro e de vício.
Baixou Cão-Xangô com o machado de asa,
com seu fogo brabo nas mãos de corisco.
Ogunhê se plantou pelas encruzilhadas
Com todos seus ferros, com lança e enxada.
E Oxossi com seu arco e flecha e seus galos
e suas abelhas na beira da mata.
E Oxum trouxe pedra e água da cachoeira
em seu coração de espinhos dourados.
Iemanjá, o alumínio, as sereias do mar
e um batalhão de mil afogados.

Iansã trouxe as almas e os vendavais,
adagas e ventos, trovões e punhais.
Oxum-Maré largou suas cobras no chão.
Soltou sua trança, quebrou o arco-íris.
Omulu trouxe o chumbo e o chocalho de guizos
lançando a doença pra seus inimigos.
E Nana-Buruquê trouxe a chuva e a vassoura
Pra terra dos corpos, pro sangue dos mortos.

Exus na capa da noite soltara a gargalhada
e avisaram a cilada pros Orixás.
Exus, Orixás, menino, lutaram como puderam
mas era muita matraca e pouco berro.
E lá no horto maldito, no chão do Pendura-Saia,
Zumbi menino Lumumba tomba da raia
mandando bala pra baixo contra as falanges do mal,
arcanjos velhos, coveiros do carnaval.

- Irmãos, irmãs, irmãozinhos,
por que me abandonaram?
Por que nos abandonamos
em cada cruz?

- Irmãos, irmãs, irmãozinhos,
nem tudo está consumado.
A minha morte é só uma:
Ganga, Lumumba, Lorca, Jesus...

Grampearam o menino do corpo fechado
e barbarizaram com mais de cem tiros.
Treze anos de vida sem misericórdia
e a misericórdia no último tiro.

Morreu como um cachorro e gritou feito um porco
depois de pular igual a macaco.
Vou jogar nesses três que nem ele morreu:
num jogo cercado pelos sete lados.

Abrçs.
L>Pita.